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quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Observando aves no cerrado de MG.

 Entre os dias 17 a 19 de novembro de 2025, estivemos em Pompeu- MG, acompanhados pela Aninha e o amigo José Silvestre Vieira. Apesar das pancadas de chuva que caíram durante nossa estadia no lugar, fizemos boas observações sobre as aves, conseguindo fotografar a maior parte das espécies visadas. De nossa lista de espécies não conhecidas ainda, deixamos de encontrar apenas a Águia cinzenta, Urubitinga coronata, o Fruxu- do- cerradão,  Neopelma pallescens, o Macuru  Nonnula rubecula, a Saracura carijó,  Pardirallus maculatus, as codornas e algumas espécies ocasionais.  

Infelizmente a vegetação nativa, que é o cerrado, vem sendo rapidamente substituída por extensas plantações de eucaliptos. cana e outras ,monoculturas, o que já se faz sentir com a dificuldade de se acessar os locais onde ocorrem as aves. Para encontrar a maioria dessas espécies, somente com ajuda dos guias e após deslocar muito até os pontos conhecidos onde encontram-se as aves. Passamos portanto a publicar algumas espécies de aves registradas, com comentários acerca do que observamos.


Peitica de chapéu preto,. Griseotyrannus aurantioatrocristatus, essa foto foi tirada de dentro da zona urbana de Pompeu. Mostrava a ave pousada em fio de eletricidade, após chuva e vocalizando bastante. Ficamos com a impressão de não ser ave rara e ou ameaçada, mas um tiranideo adaptável.


A belíssima, Maracanã- pequena Diopsittaca nobilis, apareceu apenas uma vez em nossa excursão: junto a uma vereda de buritis, onde pudemos ver outras aves típicas como a Maracanã do buriti e o Andorinhão do Buriti.


Outro psitacídeo típico das veredas de buritis: a Maracanã do buriti, Orthopsittaca manilatus, também somente vista nesse lugar das veredas.


Nesse mesmo local das veredas, vimos muitos Andorinhões do buriti, Tachornis squamata. As aves, inclusive estavam nidificando nas folhas das palmeiras buriti e fizemos até fotos de um desses ninhos!


O curioso ninho de Tachornis squamata fica grudado nas folhas do buriti,
Vimos um ninho, que devido a força do vento, foi jogado ao solo, matando o filhote.










Esse belíssimo furnarideo, é o Cisqueiro do rio, Clibanornis rectirostris, é ave muito interessante: encontramo-lo dentro da cidade e também em um belo capão de mata cercado por canaviais. Parece não ser raro e não estar ameaçado, vive principalmente dentro das matas ciliares, faz seus ninhos em buracos nos barrancos.


O Turu- turu, Neocrex erythrops, é uma ave,  que mesmo habitando grande parte do Brasil é pouco conhecida. Arisca, não costuma aparecer com  frequência. É descrita como uma  "saracura de capinzais e emaranhados, não necessariamente ligada à agua como outras sanãs" segundo O WA. Esse individuo foi fotografado dentro da cidade em uma várzea húmida, no mesmo lugar que encontramos o Cisqueiro do rio.


Outro ralídeo pouco conhecido, o Maxalalagá, Micropygia schomburgkii pode ser resumido, pelo que observamos, em uma sanã pequena, que pode habitar os campos, limpos e sujos, cerrados, bordas de matas secas e áreas parcialmente alagadas mas também em áreas totalmente secas, longe da água.


Os registros da Maxalalagá, até o momento, a maioria são para a região dos cerrados, mas existem também registros em áreas da Amazônia entremeadas de campos.


Na terça feira dia 18 de novembro, iniciamos a observação por área de cerrado típico, com pouca devastação, e, nessa localidade, fizemos fotos boas de aves muito bonitas e interessantes. Acima o Andarilho, Geopsitta poeciloptera. É uma ave da família dos Esclerurideos, Esclerulidae, que passa boa parte do tempo correndo pelos campos, mas, às vezes como na foto, empoleira em arvores. É espécie endêmica do cerrado que está ameaçada pelo extermínio dos campos naturais. Inclusive, segundo o WA, desaparece dos locais naturais onde vive devido à ocupação humana.


A Campainha azul, Porphyrospiza caerulescens é, talvez, a ave mais bonita que vimos nessa excursão. Trata-se de ave predominantemente do cerrado, onde, inclusive, encontra-se ameaçado na categoria de "quase ameaçada". Pertence à familia Thraupidae e alimenta-se de insetos e sementes.


Outra ave belíssima que vimos em Pompeu: o Tiê-sangue, Ramphocelus bresilia. Foi o primeiro registro dessa ave linda para o município de Pompeu, avistada pelo colega e amigo José Silvestre Vieira.


Bacurauzinho, Nannochordeiles pusillus. É um bacurau que possui hábitos noturnos como os demais de sua familia. Porém, essa foto foi feita durante o dia, pois vários indivíduos estavam pousados no chão, com a plumagem muito bem camuflada com as cores do substrato. Apenas quando chegávamos muito perto a ave saia voando. Parece ser comum no cerrado, mas já fui informado ser ave pequena migratória. Ou seja, conforme a época, as populações migram para áreas ´próximas.


Ave muito simpática, o Mineirinho Charitospiza eucosma é outra ave tipica do cerrado, que devido à devastação desse bioma, já encontra-se ameaçada, na categoria de NT - quase ameaçada. Habita a região dos cerrados, onde se alimenta de sementes de capim e também, de pequenos invertebrados.


A Guaracava modesta, Sublegatus modestus é uma graciosa guaracava, de tamanho pequeno, cerca de 13 cm. de comprimento. Aprecia viver no ambiente do cerrado, de árvores esparsas, onde comumente se empoleira para visualizar os arredores, mas também para entoar seus cânticos. Tem uma certa semelhança com a espécie Risadinha, embora seja de tamanho maior. Sua alimentação, como é comum na familia Trannidae é basicamente de insetos, mas também acrescenta frutos à dieta.


Ave belíssima e muito alegre, o Suiriri da chapada, Guyramemua affine aprecia pousar em árvores baixas do cerrado, e, de lá, executar seu lindo display, que consiste em executar seu canto abrindo simultaneamente suas asas. Infelizmente já está quase ameaçado, na categoria de NT devido à supressão da vegetação nativa do cerrado. Sua alimentação é de insetos, mas não despreza frutos. Foi descrito para a ciência recentemente.

Essas foram as espécies mais representativas de nossa excursão.

Agradecemos o interesse das pessoas que nos visitam! Obrigado e que tenhamos um bom fim de ano!!




quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Notas sobre o bacurau da telha.

 O Bacurau da telha, Hydropsalis longirostris é uma ave da família Caprimulgidae, ou seja a família dos bacuraus, curiangos. Em média possui cerca de 23 cm. de comprimento. Trata-se de uma ave de coloração escura, com os machos possuindo as retrizes com acentuada cor branca, o que falta às fêmeas.

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Esse exemplar, talvez uma fêmea, fotografamos no Parque Nacional do Caparaó, portaria Pedra Menina. Há mais de 2.000 metros de altitude, na estrada de terra próxima ao acampamento da Macieira.

Como todo bacurau, logo ao crepúsculo, ele sai de seus abrigos para suas atividades, de alimentação e canto. Esse bacurau possui um canto suave e melodioso. É um insetívoro convicto, alias, como toda a família.


Foto de individuo provavelmente macho, feita em, 2014, em região de altitude no município de Afonso Claudio -ES.

As vezes que encontramos esse bacurau, ele estava pousado no solo, em trilhas rurais.  Ele aprecia como habitat, áreas abertas, lugares rochosos, campos rupestres. Não está ameaçado de extinção mas não é tão presente como o bacurau comum, Nyctidromus albicollis. Para localiza-lo, é necessário procurar nos locais propícios e ficar atento à sua suave vocalização. E sempre em trilhas sobre o solo, onde a ave, à maneira de outros bacuraus, se posta para procurar insetos ou, então, entoar seu canto fino e melodioso.

Esse bacurau possui esse apelido, "da  telha", em virtude de alguns indivíduos costumarem pernoitar nas telhas de casas em algumas cidades.

Agradecemos às pessoas que nos visitam!!


quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Aves registradas em Gramado-RS, e a natureza do lugar.

 Entre os dias 11 a 15 de outubro, pp. estivemos em Gramado, serra gaúcha, junto com a família para conhecer a cidade e passar dias agradáveis no lugar. É claro, que, para um passarinheiro, uma oportunidade de conhecer lugar diferente, significa também, possibilidade de ver e registrar AVES diferentes!

E como tal, levei na mochila binóculo e câmera para a oportunidade de fazer algum registro interessante!

Então, fui com o Swarovski 8x30 e a Canon R7, mas acompanhado da lente 300mm f/4, ao invés da RF 100-500mm., fato este que depois me decepcionou um pouco. Por melhor que seja a lente de 300mm, para o birder -fotografo, o ideal é uma maior distancia focal quando as aves estão longe, e foi o que ocorreu.

Mas, primeiro, algumas notas sobre a natureza do lugar. Gramado situa-se a cerca de 800m. de altitude e seu clima é classificado como Cfb, isto é, um clima temperado oceânico, com geadas frequentes e com eventual queda de neve no inverno. Sua vegetação é muito bonita, com um verde intenso e a mata atlântica ocupando todas as encostas. A região ainda é bastante florestada, com ocorrências de algumas aves do interior da mata atlântica. Não praticamos observação convencional, pois ficamos apenas no hotel e em alguns passeios pelo município. Mas, mesmo assim, conseguimos apreciar a beleza da natureza do município. A vegetação remanescente é dominada pela floresta com araucárias, tendo em seu sub-bosque outras espécies muito interessantes, como o Pinheirinho -bravo, Podocarpus lambertii,  outra conífera nativa do Brasil e que pode ser encontrada em florestas de altitude.





Imagens do Pinheirinho, ou Pinheiro- bravo, Podocarpus lambertii, encontrado nas margens do Lago Negro em Gramado.☝☝

E as florestas com araucária, Araucaria angusifolia, remanescentes da mata original, são belíssimas, apresentando quase sempre arvores maduras e com a copa típica. 👇



Com essas pequenas considerações sobre as belíssimas florestas remanescentes com araucárias, passemos a falar sobre as aves que avistamos e também algumas que não vimos, mas registramos pelo som.

Nossas observações de aves foram feitas no próprio hotel onde ficamos hospedados. O Hotel possui, em sua área traseira, de uma vizinhança com uma mata de bom tamanho, Foi lá que registramos várias espécies ou observamos algumas que passavam voando sobre a região.


Curicacas, estão entre as aves mais vistas em Gramado.














O Quete do sul, Microspingus cabanisi, foi uma das aves da mata próxima ao hotel, que apareceram no pomar do hotel.











A Saira preciosa, Stilpnia preciosa, também saiu da mata para visitar os pomares onde poderia se alimentar. Vimos essa ave sugando nectar de flores vermelhas do jardim.












O Sanhaçu-frade, Stephanophorus diadematus, apareceu várias vezes no jardim, demonstrando ser comum na região.
Lembrando que aqui no sudeste, registramos essa ave nas maiores altitudes, enquanto em Gramado, vimos a 800 m.








O Tecelão, Cacicus chrysopterus, é um belissimo icterideo, habitante das matas e que apareceu nos fundos do quintal do hotel como outros habitantes.
Ao contrário de muitos icterideos que são gregários, essa ave parece gostar de viver solitária ou, no máximo, aos casais.







O Ameaçado Papagaio de peito roxo, Amazona vinacea, também "deu as caras" nas vizinhanças do hotel, enestavamos lá ´para registrar.






 Ave muito dependente das araucárias, o Grimpeiro Leptasehenura setaria, foi visto nas araucárias dentro do terreno do hotel por duas vezes nos quatro dias que lá ficamos.

É um caso de dependência que esse Grimpeiro tem com a árvore e, parece que até mesmo está sendo considerado como ameaçado tendo em vista o perigo que corre com a diminuição dessa belíssima arvore.





Tapicurus, Phimosus infuscatus também estão entre as aves  que  mais vimos na região.
Esses dois da foto estavam nas cercanias de uma lagoa próxima.











Os  Cuiu- cuius, Pionopsitta pileata, foram das aves mais incríveis que registramos e de dentro do hotel.

Ficávamos nos fundos do quintal observando as aves e todos os dias pela manhã passavam pequenos bandos desse periquito. Ás vez um casal, e outras vezes, bandos pequenos, de quatro a seis indivíduos passavam voando.
Algumas fotos ficaram muito ruins, mas essa, dá para ver que se trata mesmo dos Cuiu - cuiu.

Esse psitacídeo é uma ave que não é comum em outras regiões como no Espirito Santo.

Além dessas fotos, também registramos pela vocalização, o Pinto -do- mato Cryptopezus nattereri. Como se trata de uma ave muito esquiva, respondeu mas não seguiu a gravação de sua voz que reproduzimos. Também ouvimos e vimos vários Tucanos de bico verde, Ramphastos dicolorus, que chegaram bem perto da cerca que divide o terreno do hotel da mata circundante.
Apesar a excursão ser do tipo familiar, onde a observação das aves estava em segundo  plano, ainda assim ficamos contentes com as espécies que registramos e mais ainda por constatar que no sul do país a natureza está sendo protegida.

Agradecemos às pessoas que nos visitam!!

domingo, 5 de outubro de 2025

Conhecendo o Anumará, Anumara forbesi.

 Em nossa recente viagem ao Caparaó, aproveitamos para dar uma passeada até o município de Alto Jequitibá em Minas Gerais, para tentar conhecer o Anumará, Anumara forbesi, um enigmático icterídeo, habitante de pouquíssimas localidades, em Minas e no nordeste!.


Como pode ser visto, o Anumará ocorre apenas em partes de Minas Gerais e nos estados de Pernambuco e Alagoas.

É um belo Icterídeo, com uma "shape" muito típica da família, tendo uma cauda mais longa. Devido sua ocorrência restrita, já é classificado como ameaçado, na categoria de EN, ou Endangered : é o segundo nível de classificação de ameaça a uma espécie. e Significa que a espécie será extinta num futuro próximo. Isso, se medidas de conservação não forem adotadas!

Mas será isso possível? Na localidade onde o encontramos, graças ao auxilio do colega Plinio Povoa, observador de aves da região, que gentilmente nos indicou os locais prováveis, não percebemos nenhum sinal de ameaça para essa ave. Afinal, não é caçada, encontramos um pequeno bando vocal e muito alegre, transitando entre as árvores da propriedade e o brejo circundante. Á maneira de outros icterídeos, como, por exemplo, o Garibaldi, Chrysomus ruficapillus. Talvez a ameaça a essa ave seja o fato de ser muito  local, isto é, não se afasta muito de seu território para colonizar novas áreas. O ideal seria mesmo um acompanhamento periódico para se verificar a flutuação da população.


O nosso herói, em uma posição típica: empoleirado no brejo, encima das taboas, Typha domingensis.

Segundo o Wiki Aves, essa espécie habita próximo a matas, frequentando bastante áreas alagadas próximas, como vimos nessa localidade. Além disso, uma das ameaças é que é vitimas do Nido parasitismo, isto é, aves que depositam seus ovos em ninhos de outras espécies, no caso aqui tratado, a vitima seria o Anumará,que assim teria sua própria ninhada prejudicada. E, um dos parasitas, com certeza, sabemos já, é seu primo o Chupim, Molothrus bonariensis.

Observando o mapa de distribuição, obtido junto ao Wiki Aves, podemos ver que já foi registrado em 14 municípios de Minas Gerais, 14 em Pernambuco e em 2 de Alagoas.


Possui hábitos alimentares onívoros, apreciando sementes, grãos, pequenos insetos e invertebrados e também infrutescências de plantas como nos canaviais.

AGRADECEMOS ÀS PESSOAS QUE NOS VISITAM!!

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Algumas Aves incríveis registradas em nossa recente excursão ao Caparaó.

 Mencionamos em nossas postagens anteriores, que, entre os dias 18 a 22 de agosto passados,  fizemos uma ótima excursão à serra do Caparaó, na divisa entre os Estados de Minas Gerais e Espirito Santo. Já fizemos esse percurso em outras épocas, sempre com muitas histórias sobre esses lugares. São lugares mágicos, montanhas muito altas, com vegetação muito interessante e que possuem uma fauna também muito atrativa. Sempre fico deslumbrado ao contemplar a variação da vegetação, desde a mata alta localizada nas partes mais baixas há uns 1.000 m. ate os campos de altitude com outro tipo de vegetação. E a população de aves acompanha essas mudanças! Aves que habitam a mata alta não chegam até os campos, obviamente, e o mesmo se dá com os moradores dos campos.

A seguir, mostraremos algumas das aves registradas nessa excursão.


O Bacurau da telha, Hydopsalis longirostris: avistamos esse belo bacurau pousado na estrada de terra logo após a localidade de Macieira, Ave muito interessante, que não é muito fácil de ser registrada. Mesmo não sendo considerado como ameaçado, é uma ave que chama atenção por seus hábitos. Vive mais em regiões rupestres e locais de altitude, como vimos no Caparaó. Estava nesse local a 2.000 m. de altitude.



Saíra -lagarta, Tangara desmaresti, é uma saíra típica de lugares de altitude, geralmente acima de 1.000m. No Caparaó, vimo-la na região de matas, onde busca seu alimento sempre em bandos. Habita a região das matas de altitude, não sendo vistas nos campos de altitude.


A Garrincha chorona, Asthenes moreirae é famosa habitante dos campos de altitude das regiões altas do Brasil. Essa ai foi clicada nos campos da Macieira, há mais de 2.000m. Ave endêmica dos campos de altitude da região sudeste do Brasil. Forma pequenos grupos e movimenta-se entre os arbustos dos campos coletando sua alimentação: insetos e também pequenos frutos.


O Trepador quiete, Syndactyla rufosuperciliata é uma ave da família Furnariidae, assim como a Garrincha chorona, e habita a mata atlântica, ocorrendo também nos Andes. Usualmente encontrado até 2.000 metros de altitude. Alimenta-se de insetos e também de alguns frutos que encontra perambulando pelas matas. Tem uma voz bastante forte e alta e também pode acompanhar os bandos mistos que percorrem a mata.


Para nossa surpresa, encontramos andorinhas morenas, Alopochelidon fucata sobrevoando os campos na localidade de Pedra Menina. Trata-se de andorinha pequena, que habita campos, cerrados e locais abertos.


A Maracanã, Primolius maracana, pode ser avistada diariamente na região do Caparaó. É uma ararinha muito bonita e costuma viajar em bandos. Em alguns lugares ao sul de sua área de distribuição encontra-se ameaçada e ou extinta. Felizmente suas populações na região sudeste ainda não estão sob ameaça.


Dentro da área de matas mais altas, na subida da serra do Caparaó, encontramos o piolhinho verdoso, Phyllomyias virescens, um casal vocalizando muito. Habitante da mata atlântica, esse piolhinho é o maior da categoria dos "piolhinhos". Pode ser encontrado na mesma mata do piolhinho -chiador, Tyranniscus burmeisteri, o que ocorreu em nossa excursão. Não conseguimos fotos do chiador mas gravamos seu canto.


Esse belíssimo beija flor, é o Colibri serrirostris, um dos mais encontradiços do Brasil. Este foi fotografado há 2.000 m. na parada da Macieira.



O Belíssimo Sanhaço de fogo Piranga flava apareceu na Macieira, a 2.000m. Trata-se de uma das mais belas aves do Brasil, com ampla distribuição na região oriental do pais. Prefere habitar locais com matas baixas ou abertas como o cerrado, campos, etc. É onívoro, alimentando-se tanto de insetos quanto de fruas e até néctar.



E finalmente, uma das aves mais espetaculares da viagem! O Bacurau- tesourão! Hydropsalis forcipata. Essa ave, com incríveis 76 cm. de comprimento, dos quais a cauda tem 55 cm.!  foi vista na Macieira, na altitude de 2.000 m. mas apenas na estrada de terra. É um habitante das regiões altas principalmente na região sudeste do Brasil. Ocorre nas regiões sul e sudeste do Brasil e também na Argentina. Exclusivamente insetívoro. A ave levantava voo com suas retrizes muito compridas e bem que tentamos capturar esse momento com fotos, mas, não conseguimos! É um desafio para o fotografo de aves conseguir capturar esse momento.

AGRADECEMOS ÀS PESSOAS QUE NOS VISITAM!!



segunda-feira, 1 de setembro de 2025

A Incrível Borralhara-assobiadora, Mackenziaena leachii.

Uma das aves mais ouvidas no Parque Nacional da Caparaó, nessa época do ano, agosto e setembro, é, certamente, a Borralhara assobiadora, a Mackenziaena leachii. Trata-se de ave pertencente à família Thamnophilidae, grupo de aves que antigamente eram englobadas na família Formicariidae.


 De beleza extraordinária, essa ave vive escondida nas brenhas de matas baixas de altitude. Na região sudeste, geralmente acima de 1.000 metros de altitude. A Fêmea é semelhante ao macho, mas as pintinhas do corpo são de cor marrom em vez de brancas, e, também possui a cabeça de cor marrom. Curiosamente, já com vários anos que conhecemos essa ave incomum,  e até hoje não vimos uma fêmea! É uma ave de bom tamanho para um passeriforme, alcançando até os 27 cm. de comprimento, boa parte devido à sua longa cauda.

Nas montanhas onde ocorre, não é rara e nessa época do ano, já começo da estação reprodutiva, podemos ouvi-la constantemente. Essa espécie, inclusive não é mencionada em nenhuma categoria de ameaça. Alimenta-se de insetos que captura nas brenhas onde se movimenta, mas também preda pequenos anfíbios e, desconfia-se que aprecia também ovos e filhotes alheios! Visita todos os locais da floresta. Apresenta-se até mesmo nos campos de bambuzinhos, Chusquea pinifolia, a mais de 2.000 metros de altitude e acima da linha das florestas, como vimos nas proximidades do local conhecido como Macieira.


Bambuzinho, Chusquea pinifolia. Há 2.000 m. de altitude: até aqui ouvimos a Borralhara assobiadora!



Já observamos que essas brenhas emaranhadas, muitas vezes com muitas taquaras, são locais que a Borralhara assobiadora aprecia muito. Seu voo não é longo ou alto. Movimenta-se entre as brenhas em voos curtos e discretos, mas seu tamanho a denuncia!


Infelizmente não encontramos na literatura maiores detalhes sobre a alimentação e ou nidificação dessa espécie. Efetuamos pesquisa com as fotos publicadas até esta data, no site Wiki Aves, e observamos várias fotos das aves se alimentando. Foram 4 fotos com as aves predando borboletas e ou libélulas, 03 fotos com formigas no bico,  e 5 fotos com lagartas e também 02 fotos com a ave se alimentando de pequenas anfíbios, pequenas rãs. Mas não vimos nenhuma foto do ninho ou da ave nidificando. No livro Pássaros do Brasil, Eurico Santos nos informa que, os pesquisadores, H. Von LHering e Berlepsch, "as acusam de pilhar ovos e filhotes em ninhos alheios, o que não será de duvidar, pois muitas espécies da família também possuem esse mal costume".

Isso demonstra que temos muitas coisas a estudar sobre nossas aves!

Muito obrigado, pessoas gentis que nos visitam!!

sábado, 30 de agosto de 2025

Observando Aves na serra do Caparaó, ES/MG.

 Entre os dias 18 a 22 de agosto, pp., estivemos visitando o Parque Nacional do Caparaó, Portaria de Dores do Rio Preto, acesso pelo lado do Espirito Santo.

O Parque é um dos lugares muito bons para a observação de aves. Podemos encontrar aves típicas da mata atlântica bem como aves que aqui no Brasil somente podem ser registradas em serras de maior altitude. Conseguimos registrar 136 espécies em nossa visita e nossa lista está na plataforma E-Bird.

O Link de nossas espécies registradas: 

 https://ebird.org/checklist/S268717211

a região abrangida pelo Parque possui uma área de 31.800 hectares, situa-se na divisa dos estados de Minas Gerais e Espirito Santo. Suas altitudes variam entre os 997 m. nas partes mais baixas até o cume do Pico da Bandeira a 2.891 m. de altitude.

O parque está localizado na divisa entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais e ocupa sete cidades do lado capixaba e quatro do lado mineiro. Cerca de 80% do parque está no estado do Espírito Santo.[3] O Pico da Bandeira, com 2.891 metros, ponto mais elevado do parque, localiza-se na divisa dos estados. O Pico do Cristal, com 2.769 metros fica exclusivamente em território mineiro. O parque abriga ainda outros picos, menores em tamanho, mas também de altitudes consideráveis, como o Morro da Cruz do Negro (2.658 metros), a Pedra Roxa (2.649 metros), o Pico dos Cabritos ou do Tesouro (2.620 metros), o Pico do Tesourinho (2.584 metros), e a Pedra Menina (2.037 metros) todos em território capixaba.

Este parque é uma das mais representativas áreas de Mata Atlântica em território capixaba, que além de cobrir boa parte da Serra do Caparaó, também é encontrada nas encostas das Serras do Castelo, do Forno Grande e da Pedra Azul. A Serra do Caparaó é uma ramificação da Serra da Mantiqueira, se interligando com as Serras do Brigadeiro e do Pai Inácio em Minas Gerais. Fonte: Parque Nacional de Caparaó – Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Parque se sobressai por muitos atrativos. Além do montanhismo e da beleza, temos a observação de aves, que pode ser praticada em todos os lados do parque.

Encanta muito observar a paisagem, principalmente a vegetação e as várias gradações, vários estágios da vegetação que podemos observar. Primeiro, chama a atenção a mata alta na parte mais baixa, em torno dos 1.000-1.200 metros, onde encontramos muitas espécies da mata atlantica. Arvores altas, com mais de 20m de altura. Depois, à medida  que vamos subindo, a partir de uns 1.600-1800 metros de altura, temos a mata de altitude, formada por árvores mais baixas, com alturas menores, alcançando uns 12 metros e com grande profusão de bambus, as taquaras. Achamos interessante que aves tidas como habitantes da mata alta como o cotingideo Corocoxó, Carpornis cucullata, pode ser ouvido tanto na mata alta quanto na mata mais baixa da floresta de altitude. E, finalmente, os campos de altitude, a partir dos 2.000 metros de altitude. Esses campos, algumas vezes, nos reconcavos, permitem que a vegetação seja mais alta, com arvores alcançando os 12 metros ou até mais. Nos campos de altitude, temos a dominância de uma espécie de bambuzinho famoso por existir nas serras altas do Sudeste do Brasil. Esse bambuzinho é a Chusquea pinifolia.


Em alguns locais, mesmo a 2.000 m. de altitude, podemos vislumbrar áreas com vegetação mais alta, talvez devido a solos mais profundos.


Campos de altitude e a Chusquea pinifolia.




Faremos postagens a seguir, mostrando fotos de algumas das aves que registramos nessa viagem maravilhosa de observação de aves.

Muito obrigado às pessoas que nos visitam!!